O Corte, Transbordo e Transporte (CTT) é a etapa que mais representa custos na colheita de cana e, por isso, tem recebido cada vez mais atenção dos produtores, que buscam aumentar a qualidade do processo e otimizar o seu desempenho.

O Brasil tem hoje uma estimativa de que quase 650 milhões de toneladas de cana-de-açúcar serão produzidas na safra 2020/2021. Na última safra, o registro foi de 590,36 milhões do produto processado, grande parte produzida na região centro-sul, principalmente em São Paulo e Minas Gerais. Em termos de exportação, o país está perto de bater o recorde em embarques mensais, que é de 3,5 milhões de toneladas.

A qualificação da colheita de cana está em voga, incluindo todos os processos produtivos, afinal, um plantio e um trato cultural bem feito afetam diretamente a produtividade final. É por isso que diferentes técnicas têm sido adotadas para melhorar os resultados — como a colheita mecânica e a colheita sem queima prévia, por exemplo.

A colheita mecanizada vem se apresentando como a alternativa mais viável para grandes áreas, onde a agilidade é um ponto crucial para reduzir as perdas. Por isso, considerando esse método, elencamos algumas dicas valiosas que ajudarão você a otimizar a sua colheita de cana-de-açúcar. Vamos lá? Confira!

1. Faça um planejamento detalhado

O planejamento da colheita é algo muito importante para garantir a qualidade do produto que será comercializado e precisa ser adotado do mesmo modo que todos os demais planos de gestão da fazenda. Por isso, se engana quem pensa que ele só precisa ser feito no momento de colocar as máquinas para colherem. Ele se inicia desde o plantio, considerando:

  • a área útil;
  • a época tanto de semeadura quanto de colheita;
  • as variedades de cana a serem plantadas;
  • as necessidades da cultura;
  • as condições climáticas do período da colheita;
  • o planejamento da colheita em si.

Além disso, é preciso estar atento às necessidades específicas da planta. Por isso, o mais recomendado é que se opte pela produção escalonada, não sobrecarregando a colheita. Outro aspecto relevante é estabelecer um cronograma flexível, que tenha condições de suportar alguns imprevistos climáticos ou de outra natureza.

2. Cuide da velocidade da máquina

Muita gente confunde produtividade com velocidade, no entanto, na colheita de cana-de-açúcar essa pequena confusão pode causar prejuízos para o produtor. Quando se trata de otimizar a colheita da planta, é preciso ajustar a velocidade das máquinas para minimizar as perdas e os danos à rentabilidade que podem resultar delas.

Configurar as máquinas para operarem em uma velocidade acima do recomendado pode acabar comprometendo a qualidade da soqueira. A consequência disso é que as próximas safras ficarão muito menos produtivas, impactando diretamente na lucratividade da fazenda. Portanto, o indicado é que você siga as recomendações específicas da máquina, de acordo com a cultura e a área de colheita.

3. Cuide do tráfego

Outro aspecto interessante a ser observado, para além da velocidade das máquinas, é o tráfego desses equipamentos. De acordo com o peso dos implementos e tratores, também pode haver um comprometimento das soqueiras, provocando uma compactação excessiva da área e um prejuízo para os próximos plantios.

Para contornar esse tipo de inconveniente, é importante ajustar as máquinas de tal maneira que elas sempre cumpram o mesmo trajeto quando entrarem em um perímetro específico. Nesse ponto, contar com a tecnologia é imprescindível, afinal, ao usar um GPS ou piloto automático, por exemplo, você pode evitar o trânsito sobre as linhas de plantio.

4. Faça a colheita na hora certa

Saber a hora certa de realizar a colheita é essencial para alcançar a melhor produtividade no cultivo de cana-de-açúcar. Nessa etapa, o produtor deve estar preparado para mitigar perdas e danos, portanto, é preciso ficar atento e monitorar o desenvolvimento da planta, garantindo que a colheita seja realizada quando ela atingir o seu teor máximo de açúcar.

Isso é calculado pela média dos resultados captados na base, no meio e na ponta da cana — o Brix. Assim, quando esse valor for maior que 18, a planta já está pronta para ser colhida. Além disso, você pode acompanhar a maturação da cana dividindo o Brix da ponta do colmo pelo da base e multiplicando o resultado por 100. Quando esse valor for próximo a 1, já é hora de realizar a colheita.

5. Invista em tecnologia

Como você viu, a tecnologia pode ser uma grande aliada da agricultura, incluindo a cultura de cana-de-açúcar. Hoje, já existe uma enorme variedade de ferramentas que prometem melhorar os resultados obtidos desde o planejamento até a colheita. Uma forma de fazer isso, por exemplo, é adotando sistemas integrados de gestão.

Além disso, assim como a indústria, todo o setor também vive um período de transição para o chamado Agro 4.0. Com o uso de máquinas, alta tecnologia e inteligência artificial, uma nova alternativa se apresenta: a agricultura de precisão. Ela visa transformar a colheita de cana mecanizada, melhorando a sua eficiência, aumentando a qualidade do solo, do produto final e do meio ambiente, em geral.

Para isso, são utilizados recursos como:

  • dispositivos leves e fáceis de usar;
  • torres de transmissão que aumentam a conexão entre a máquina, a tecnologia e as pessoas;
  • Internet das Coisas (IoT) para integrar informações;
  • drones de identificação de pragas, doenças e necessidades nutricionais das plantações;
  • controle de máquinas autônomas por telemetria;
  • entre outros.

Tudo isso é relevante não apenas para facilitar as atividades diárias, mas também para otimizar a produção, obtendo um melhor rendimento e promovendo a sustentabilidade da fazenda e do planeta. Com menos desperdícios e esforços empregados de forma inteligente, ainda ocorre uma redução significativa de custos, algo importante para que haja reinvestimento em tecnologia e no melhoramento das culturas.

Agora você já sabe o quanto a cultura de cana-de-açúcar é importante para a economia nacional e como você pode adotar formas de melhorar a produtividade da sua fazenda, otimizar as colheitas sem precisar gastar mais com isso ou utilizar ainda mais recursos naturais. Para que esse modelo de produção utilizado hoje seja sustentável a longo prazo, é preciso conciliar as inovações tecnológicas com as práticas convencionais.

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