De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), entre 2023 e 2032 a demanda mundial por alimentos deve crescer em um ritmo de 1,3% ao ano. O desafio? A produção de alimentos nesse mesmo período está projetada para um crescimento anual de 1,1%.

É fato: é preciso atender a uma demanda que cresce exponencialmente conforme a população mundial aumenta – mas, o mais importante, é que é preciso fazer isso de maneira mais eficiente, mais sustentável e obviamente rentável para os produtores. E as mudanças climáticas e impactos causados pelo El Niño em 2023 mostram que não temos mais tempo para não responder a essas questões.

Será que a agricultura já tem uma saída para produzir mais alimentos ao mesmo tempo em que minimiza os impactos ambientais e assegura a longevidade econômica das atividades agrícolas? A resposta a essa complexa equação tem evoluído ao longo dos anos, e a agricultura de precisão tem sido peça-chave nesse quebra-cabeça.

A capacidade de mapear campos, aplicar insumos de maneira personalizada e monitorar cada fase da produção trouxe ganhos significativos em eficiência e redução de custos e desperdícios. No entanto, à medida que a tecnologia avança, uma nova era se inicia com a integração da inteligência artificial (IA).

Nesse cenário cada vez mais desafiador, essa combinação de tecnologia, dados e boas práticas abre caminho para uma agricultura regenerativa, próspera e mais eficiente que nunca. Produtores que sempre fizeram com maestria o seu trabalho agora podem contar com ferramentas e soluções que impulsionam seus resultados a curto, médio e longo prazo!

A evolução da agricultura de precisão: um panorama histórico

É notável o quanto a agricultura evoluiu nos últimos anos, e se fosse para atribuir essa evolução a um acontecimento específico, seria, sem dúvidas, a chegada do conceito de agricultura de precisão e suas tecnologias integradas.

Os avanços tecnológicos possibilitados pelas soluções de agricultura de precisão revolucionaram o modo como os agricultores gerenciam suas operações. Apesar de parecer tudo muito recente, os primeiros sinais dessa transformação surgiram na década de 1980, com a introdução de tecnologias de GPS (Sistema de Posicionamento Global) na agricultura, que permitiram um mapeamento mais preciso dos campos e um melhor entendimento da variabilidade do solo dentro de uma mesma área.

No entanto, foi nos anos 1990 que a agricultura de precisão começou a ganhar força significativa. O acesso à internet e o desenvolvimento de sensores mais sofisticados permitiram uma coleta de dados mais abrangente, abrindo caminho para a tomada de decisões mais informadas. 

Nessa fase, a agricultura de precisão começou a se concentrar em práticas como a aplicação variável de insumos, ajustando a quantidade de sementes, fertilizantes e defensivos com base nas características específicas de cada área do campo.

A década de 2000 marcou uma transição para a integração de sistemas mais avançados. Sensores remotos, drones e imagens de satélite tornaram-se ferramentas comuns, proporcionando uma visão detalhada da saúde das plantas e das condições do solo. 

E o que já parecia avançado, se tornou ainda mais revolucionário com a integração da inteligência artificial, que na última década elevou a agricultura de precisão a um novo patamar. 

Com soluções como a ALICE AI, os agricultores começaram a acessar sistemas de monitoramento em tempo real, permitindo a identificação imediata de problemas e a implementação de ações corretivas em tempo hábil para evitar prejuízos na mesma safra, e não só na seguinte.

Isso porque algoritmos avançados e machine learning possibilitam a análise de grandes conjuntos de dados, prevendo padrões e oferecendo insights valiosos. Além disso, a automação também ganhou destaque, com a introdução de robôs agrícolas, como o Solix Ag Robotics, capazes de operar de forma autônoma, realizando tarefas específicas com eficiência e ainda mais precisão.

Nesse contexto histórico, fica claro que a agricultura de precisão, que já representava uma transformação nas lavouras, evoluiu de práticas rudimentares para um sistema altamente tecnológico e integrado

As soluções atuais não só monitoram as lavouras, mas também utilizam dados para otimizar recursos, aumentar a eficiência e reduzir os impactos ambientais. Essa é a resposta que o setor tanto precisava!

Essa trajetória de inovação demonstra como a tecnologia continua a moldar o setor agrícola, proporcionando soluções cada vez mais avançadas para os desafios contemporâneos.

Agricultura de precisão e IA: um resumo das principais vantagens para o campo, o planeta e a sociedade

Só de conhecer um pouco mais sobre a evolução histórica da agricultura de precisão, já fica fácil imaginar os impactos disso no campo e fora dele. Mas, para que não fique nenhuma dúvida do porque a IA é a base viável da nova era da agricultura, pontuamos aqui os ​​principais benefícios:

Para os produtores e a produção de alimentos

  • Redução nos custos de produção

A adoção de sistemas de Agricultura de Precisão e IA pode resultar em uma diminuição significativa dos custos operacionais, otimizando o uso de insumos e minimizando desperdícios, reduzindo a necessidade de entradas na área e possibilitando intervenções pontuais somente nos locais necessários e utilizando doses otimizadas, resultando em maior margem de lucro para os produtores.

  • Decisões ágeis e precisas

Soluções de IA como a ALICE AI realizam o monitoramento e respondem rapidamente a variáveis como condições climáticas, ambientais e agronômicas, aumentando a produtividade e fortalecendo a resiliência diante das inúmeras variáveis possíveis no campo, evitando correções "póstumas" e prejuízos.

  • Aperfeiçoamento do controle de pragas e doenças

Sistemas inteligentes identificam e abordam precocemente as ameaças à sanidade da lavoura, não só aplicando o controle somente nos pontos necessários e somente quando atingem o nível de controle (NE), como também reduzindo a dependência de defensivos químicos e preservando a biodiversidade por permitirem abordagens integradas do manejo de pragas e doenças. 

O Solix Ag Robotics com função Hunter, por exemplo, já realiza o controle efetivo de pragas por meio de laser, durante o monitoramento. Isso representa um avanço inédito para o manejo de pragas, retornando em maior controle e menor impacto na produtividade e nos custos decorrentes de pulverizações!

  • Gestão, controle e rastreabilidade com precisão

A visão holística da operação agrícola simplifica processos logísticos e fortalece a confiança do consumidor, oferecendo transparência desde o plantio até a mesa. Com a agricultura de precisão aliada à IA, todo esse processo se torna automático e preciso, trazendo muitos benefícios aos produtores.

Para o planeta 

  • Agricultura de baixo impacto e alta produtividade

A redução do uso de insumos e a otimização de práticas promovem a sustentabilidade, garantindo uma agricultura eficiente e responsável, que conseguirá solucionar a necessidade de aumentar a produção de alimentos em 60% para atender à demanda por alimentos estimada para 2050, sem que seja necessário abrir novas áreas para o cultivo.

  • Redução da pegada de carbono

A precisão proporcionada pela IA reduz significativamente o uso de herbicidas e pesticidas, o tempo ocioso dos maquinários, as entradas e intervenções na lavoura e o uso de combustíveis ao longo de toda a cadeia produtiva, diminuindo as emissões de gases de efeito estufa associadas às práticas agrícolas.

  • Diminuição da compactação e conservação do solo e outros recursos naturais

Práticas que minimizam a compactação contribuem para a saúde dos solos e ajudam na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. A utilização controlada de maquinários em áreas específicas, graças à precisão de sistemas inteligentes, reduz a compactação do solo, mantendo a estrutura física e química necessária para o cultivo sustentável.

Além da saúde do solo, ao otimizar o uso de água, fertilizantes e pesticidas, essas tecnologias garantem que os recursos sejam aplicados com eficiência, evitando o desperdício e reduzindo os impactos negativos ao meio ambiente. A conservação de recursos hídricos é particularmente crucial, considerando os desafios globais relacionados à disponibilidade de água. Sistemas de IA, ao adaptar a irrigação às necessidades específicas das plantas, asseguram uma utilização mais sustentável desse recurso essencial.

  • Rastreabilidade

A rastreabilidade na agricultura desempenha um papel essencial na garantia da qualidade e na atendimento às crescentes demandas dos consumidores por transparência. No contexto da Solinftec, o Certificado Digital do Algodão (CDA) destaca-se como uma ferramenta integral para alcançar os pilares fundamentais da cotonicultura. Ao proporcionar um monitoramento abrangente de cada talhão, gerar indicadores de produção desde o campo até a algodoeira e oferecer rastreabilidade total dos dados, a Solinftec contribui para que o consumidor tenha a segurança da origem da produção. O movimento "Sou de algodão", por exemplo, reflete esse compromisso, garantindo aos consumidores informações sobre a procedência, sustentabilidade nos processos e uma conexão mais consciente com a produção agrícola. Essa abordagem não apenas atende às expectativas do consumidor moderno, mas também fortalece a confiança no setor agrícola.

  • Preservação da biodiversidade

Ao reduzir a pressão sobre ecossistemas naturais, a agricultura de precisão e a IA contribuem para a conservação de habitats e espécies ameaçadas, além de preservar e estimular o equilíbrio natural do agroecossistema, reduzindo a necessidade de intervenções e aumentando a resiliência diante dos desafios das mudanças climáticas.

Para a sociedade

  • Segurança alimentar

Ao permitir decisões mais rápidas e precisas, a agricultura de precisão potencializada pela IA aumenta a eficiência da produção agrícola, contribuindo para a oferta estável de alimentos. Isso é especialmente relevante considerando o fator que já citamos sobre a demanda crescente por alimentos.

Com sistemas de monitoramento em tempo real, os produtores podem responder prontamente a desafios, como pragas e doenças, reduzindo as perdas, aumentando a produtividade e garantindo um suprimento consistente de alimentos de qualidade.

  • Melhoria nas condições de trabalho

Apesar de parecer contraditório, a ampliação do uso de IA e robôs no campo melhoram as condições de trabalho para os profissionais do agro. Menos trabalho manual, associado a tarefas mais eficientes e automatizadas, pode reduzir a carga física e mental sobre os trabalhadores rurais.

Além disso, ao oferecer dados e insights valiosos, a agricultura de precisão capacita esses profissionais com informações essenciais para tomada de decisões, proporcionando maior autonomia e controle sobre suas operações. A IA deve ser vista como um apoio ao trabalho dos seres humanos, jamais como substituta.

  • Estímulo à inovação e empregabilidade

A integração de IA na agricultura impulsiona a inovação e cria novas oportunidades de emprego. Profissionais especializados em tecnologias agrícolas avançadas tornam-se essenciais para a implementação e manutenção desses sistemas, estimulando o desenvolvimento de habilidades especializadas.

Essa evolução na demanda por talentos impulsiona a economia e oferece perspectivas de carreira em um setor historicamente associado a práticas mais tradicionais.

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